Copiloto recebeu tratamento por "tendências suicidas"

O Ministério Público de Düsseldorf admitiu hoje que Andreas Lubitz esteve em tratamento, mas que há muito que não apresentava sinais da doença.
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O copiloto da Germanwings que, na terça-feira passada, provocou deliberadamente a queda do avião nos Alpes franceses, provocando a morte de 150 pessoas, recebeu no passado tratamento devido a tendências suicidas, admitiu hoje um procurador alemão.

"Muitos anos antes de obter a licença de piloto, o copiloto esteve num longo tratamento de psicoterapia com visíveis tendências suicidas", afirmou o procurador Ralf Herrenbruck, do Ministério Público de Düsseldorf, cidade onde Andreas Lubitz residia e para a qual o avião da Germanwinds se dirigia após ter partido de Barcelona, Espanha.

O procurador acrescentou que desde então Lubitz não manifestou qualquer sinal de comportamento suicida ou agressivo para com os outros nas suas visitas ao médico.

Depois disso e "até recentemente, realizou outras consultas médicas que resultaram em baixas por doença, mas sem terem sido atestadas tendências suicidas ou de agressividade para terceiros", acrescentou o procurador numa breve declaração escrita, sem precisar o motivo destas consultas e baixas médicas.

Mal surgiram as primeiras revelações da investigação à queda do aparelho da Germanwings - segundo as quais o copiloto impedira o piloto, Patrick Sondheimer, de regressar ao cockpit e fizera o avião despenhar-se nas montanhas - que surgiram informações de que Andreas Lubitz havia sofrido uma depressão grave.

O Ministério Público alemão revelou depois que Andreas Lubitz, o copiloto que deliberadamente fez despenhar o avião da Germanwings contra os Alpes franceses, estava a ser tratado para uma doença não especificada e escondeu o facto do seu empregador.

O ministério público de Dusseldorf sublinhou hoje não ter sido encontrada qualquer carta a anunciar um eventual plano para fazer despenhar um avião ou a reivindicar o acidente, ocorrido em 24 de março.

Nada "no ambiente familiar, pessoal ou no local de trabalho" permitiu, até aqui, reunir informações sobre eventuais motivações, acrescentou.

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